A expansão e as bandeiras no estado de São Paulo



A história das bandeiras realizadas nas três primeiras décadas do século XVII apresenta dois lados bastante conflitantes.

Os documentos históricos existentes revelam horrores de toda a natureza praticados principalmente contra os indígenas brasileiros, como a morte ou escravização de aproximadamente 500 mil índios, destruições de reduções jesuíticas e devastação de cidades. Por outro lado, esta mesma história vem coberta de lendas e interpretações que nos mostram estes homens como heróis, chamados de “raça de gigantes”, corajosos, desbravadores, que se tornaram os principais responsáveis pela expansão territorial do Brasil.



A origem da denominação bandeiras para as expedições organizadas por iniciativa de particulares, ou seja, sem o financiamento do governo português, nasceu do costume tupiniquim de levantar uma bandeira em sinal de guerra.

Neste período a colonização do Sul seguiu rumos diferentes daqueles usados no Norte do país. As notícias da existência de imensas riquezas minerais no interior do continente, como as encontradas no México e no Peru, despertaram a cobiça e o interesse pelas regiões do interior. A Argentina era conhecida como “terra da prata”, e o litoral sul do Brasil como “costa do ouro e prata”.

Inicialmente, alguns grupos começaram a se deslocar da capitania de São Vicente em busca de indígenas para os trabalhos na lavoura e passaram a entrar em choque com os aldeamentos organizados pelos jesuítas.




DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados e índios de Curitiba levando selvagens presos. 1834.


 DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados e índios de Curitiba levando selvagens presos. 1834.

DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados e índios de Curitiba levando selvagens presos. 1834. Litografia, 32,6 cm x 21,2 cm. Século XIX.





A vila de São Paulo, situada na capitania de São Vicente, foi o principal centro irradiador das bandeiras, em razão de fatores econômicos, sociais e geográficos.

A população que vivia nesta região era pobre e isolada, sobrevivendo basicamente da lavoura de subsistência, sendo obrigados a produzir suas próprias ferramentas, armas, roupas, móveis e utensílios domésticos.



A utilização do indígena como escravo nas lavouras era a solução para a falta de mão de obra, já que não dispunham de capital para comprar o escravo negro africano. Gradativamente, o índio passou a ser uma mercadoria rentável, pois começou a ser vendido como escravo em outras capitanias, tornando o seu apresamento uma atividade importante e lucrativa.

A intensificação das bandeiras ocorreu partindo do planalto de Piratininga, aproveitando-se dos rios Tietê, Paraíba do Sul, Paraná e outros, que foram usados como vias naturais da penetração para o interior.


JÚNIOR, Almeida. Partida da Monção. 1897.


 JÚNIOR, Almeida. Partida da Monção. 1897.

JÚNIOR, Almeida. Partida da Monção. 1897. Óleo sobre tela, 640 cm x 390 cm. Museu Paulista.



O bandeirismo tornou-se uma atividade importante, cuja técnica passava de pai para filho. Pouco a pouco foram se tornando verdadeiras povoações que se deslocavam e, como a expedição podia durar longos períodos, era preciso parar e fazer roças de mantimentos, o que ocasionava o surgimento de povoações na sua passagem.

As primeiras expedições de bandeirantes buscavam o apresamento de indígenas que pudessem ser vendidos como escravos, porém, em seguida, passaram a procurar metais e pedras preciosas.




O nome do rio Tietê é de origem tupi e significa “rio verdadeiro” ou de “águas verdadeiras”. Ele é um dos rios mais famosos do Brasil por cortar a cidade de São Paulo e o estado de sudeste a noroeste.


 O nome do rio Tietê é de origem tupi e significa “rio verdadeiro” ou de “águas verdadeiras”. Ele é um dos rios mais famosos do Brasil por cortar a cidade de São Paulo e o estado de sudeste a noroeste.

O nome do rio Tietê é de origem tupi e significa “rio verdadeiro” ou de “águas verdadeiras”. Ele é um dos rios mais famosos do Brasil por cortar a cidade de São Paulo e o estado de sudeste a noroeste.