A ocupação e o povoamento do Mato Grosso do Sul



Os primeiros povoadores na região do estado do Mato Grosso do Sul


As terras que na atualidade conhecemos como Brasil foram ocupadas há milhares de anos por alguns grupos humanos que, apesar de pouco numerosos, deixaram vestígios de sua existência.



Em vários pontos do Brasil, como no Parque Nacional da Serra da Capivara, achados arqueológicos importantes, como o da Pedra Furada, no município de São Raimundo Nonato, no sudoeste do Piauí, onde foram encontradas centenas de pinturas rupestres na chamada Toca do Boqueirão, ajudam a compor cada vez mais a história do povoamento americano. As pinturas representam aspectos do dia a dia, ritos e cerimônias dos antigos habitantes da região, além de figuras de animais, alguns já extintos. Nas escavações ali realizadas, os pesquisadores encontraram ferramentas, restos de utensílios de cerâmica e sepultamentos.

Na Bacia do rio Paraná, ao sul do Brasil, há um predomínio de sítios arqueológicos com cerâmicas, onde na atualidade ainda vivem indígenas Guarani distribuídos entre as etnias Kaiowá e Ñandeva.

No Mato Grosso do Sul existem as pinturas rupestres produzidas por grupos que viveram há aproximadamente 10 000 anos na região.

A arte rupestre era uma forma de comunicação por meio de desenhos e símbolos cujos significados reais das figuras, produzidas em outros períodos, são difíceis de serem interpretados.




Sítio arqueológico em Nioaque (MS)


 Sítio arqueológico em Nioaque (MS).

Sítio arqueológico em Nioaque (MS).



No município de Nioaque, localizado a aproximadamente 160 km da capital, parte de um sítio arqueológico, integrante do Geopark Pantanal, às margens do rio Nioaque, exemplifica algumas das descobertas na região Centro-Oeste que têm contribuído para o esclarecimento dos detalhes da história do povoamento do continente americano.

Nioaque é uma das mais antigas cidades do estado e se constitui em um dos principais patrimônios culturais da região. Estudiosos da área de arqueologia realizaram um reconhecimento de possíveis vestígios de dinossauros além do mapeamento das formações rochosas do local e as pegadas encontradas para saber quais animais habitaram o lugar no passado.

Até o momento, no Mato Grosso do Sul, já foram catalogados na bacia da margem direita do rio Paraná mais de 200 sítios arqueológicos, que apresentam gravuras e pinturas em rocha, além de fragmentos de vestígios de cerâmica. Os primeiros cadastros dos sítios rupestres tecnológicos nesta região já foram feitos há cerca de 50 anos.

No alto curso do rio Sucuriú (afluente da margem direita do rio Paraná) foram localizados sítios em abrigos sob rocha com arte rupestre e indústria lítica sobre blocos e seixos.

Muitos destes vestígios arqueológicos revelam que existiam grupos basicamente de caçadores. Os registros existentes apresentam na sua maioria figuras geométricas, sendo raras as figuras antropomórficas. As descobertas envolvem vários municípios do Mato Grosso do Sul como: Itaquiraí, Naviraí, Jateí, Bataiporã, Anaurilândia, Bataguassu, Santa Rita do Pardo, Brasilândia, Três Lagoas, entre outros.




Fragmento de cerâmica encontrado durante escavações próximas ao Córrego do Moeda


 Fragmento de cerâmica encontrado durante escavações próximas ao Córrego do Moeda.

Fragmento de cerâmica encontrado durante escavações próximas ao Córrego do Moeda.






Museu de arqueologia de Campo Grande


  museu de arqueologia de Campo Grande

No museu de arqueologia de Campo Grande, artes rupestres que indicam a existência humana em mais de 10 mil anos na região onde hoje fica o estado do Mato Grosso do Sul.







Glossário


Sítios arqueológicos: local onde foram encontrados vestígios deixados pelos seres humanos do passado. Pode ser um lugar de moradia, um cemitério, um abrigo improvisado utilizado para caçadas, entre outros.

Lítica: relativo à pedra.

Seixos: fragmentos de mineral ou de rocha, de superfície alisada e forma arredondada.

Antropomórficas: que têm forma humana.